O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve liberar nesta terça-feira (18) cerca de 80 mil páginas de material relacionado ao assassinato de John F. Kennedy em novembro de 1963, em Dallas, no Texas.
“É muita coisa, e vocês farão sua própria avaliação”, disse Trump a repórteres na segunda (17).
Assim que assumiu o cargo em janeiro, o republicano assinou um decreto sobre a liberação desses registros, levando o FBI, a polícia federal dos EUA, a descobrir novos documentos ligados ao assassinato de Kennedy em Dallas, segundo o governo.
O crime foi atribuído a um único atirador, Lee Harvey Oswald, assassinado dois dias depois quando era transferido de uma delegacia para uma prisão. O Departamento de Justiça e outros órgãos do governo federal reafirmaram a responsabilidade de Oswald nas décadas seguintes, mas muitos americanos acreditam que a morte de Kennedy tenha sido resultado de uma conspiração.
Especialistas duvidam que o novo pacote de informações mudará a versão oficial, a de que Oswald disparou contra Kennedy de uma janela em um depósito de livros escolares enquanto o comboio presidencial passava por uma rodovia em Dallas.
“As pessoas que esperam grandes coisas quase certamente ficarão desapontadas”, disse Larry Sabato, diretor do Centro de Política da Universidade da Virgínia, que escreveu um livro sobre o assassinato.
Ele disse que algumas das páginas podem simplesmente ser a liberação de material previamente publicado com algumas palavras censuradas.
Trump também prometeu liberar documentos sobre os assassinatos do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr. e do senador Robert Kennedy, ambos mortos em 1968.
O secretário de Saúde e Serviços Humanos de Trump, Robert F. Kennedy Jr., filho de Robert Kennedy e sobrinho de John F. Kennedy, disse acreditar que a CIA (Agência Central de Inteligência) estivesse envolvida na morte de seu tio, uma suposição que a instituição descreveu como infundada.
Kennedy Jr. também já disse que seu pai foi morto por vários atiradores, uma afirmação que contradiz relatos oficiais.
Uma revelação que os documentos podem conter é que a CIA estava mais ciente de Oswald do que havia divulgado anteriormente.
Há questionamentos sobre o que a agência sabia das viagens de Oswald à Cidade do México, seis semanas antes do assassinato. Ali, ele visitou a embaixada soviética. Ex-fuzileiro naval, ele também tinha viajado à Finlândia em 1959, ano em que desertou para a União Soviética.
“As pessoas estão esperando por décadas por isso”, disse Trump. “Vai ser muito interessante.”
Em 2022, quando outros documentos sobre o caso foram divulgados pelo governo de Joe Biden, o Arquivo Nacional disse que mais de 97% dos registros em sua coleção relacionada ao assassinato –aproximadamente 5 milhões de páginas– estavam disponíveis ao público.