Trump acha que anexação da Groenlândia ‘vai acontecer’ – 13/03/2025 – Mundo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (13) estar confiante de que os EUA anexarão a Groenlândia. “Acho que isso vai acontecer”, disse ele durante uma reunião no Salão Oval.

A declaração ocorre dois dias após o território autônomo pertencente à Dinamarca realizar eleições parlamentares. O partido de oposição Demokraatit, que defende a independência groenlandesa mas em um processo mais lento, venceu o pleito. Trump disse que a eleição foi boa para os Estados Unidos.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, o republicano vem prometendo tomar a Groenlândia. Segundo ele, tal medida é necessária à segurança de Washington.

“Não queremos ser americanos. Não, não queremos ser dinamarqueses. Queremos ser groenlandeses e queremos nossa própria independência no futuro”, disse Nielsen, líder do Demokraatit , à rede britânica Sky News. “E queremos construir nosso próprio país por nós mesmos.”

A Groenlândia, cuja população é estimada em apenas 57 mil habitantes, é objeto de disputa em uma corrida geopolítica pelo domínio do Ártico, onde o derretimento das calotas polares está tornando seus recursos mais acessíveis e abrindo novas rotas para navegação. Tanto a Rússia quanto a China intensificaram suas atividades militares nessa área nos últimos anos.

Em meio às tensões das últimas semanas, o governo da Dinamarca afirmou repetidamente que a Groenlândia não está à venda —contrariando o desejo do presidente republicano de comprar o território.

A Groenlândia deixou de ser colônia e passou a ser considerada território da Dinamarca em 1953. A ilha ganhou alguma autonomia em 1979, quando seu primeiro Parlamento foi formado, mas Copenhague ainda controla as relações exteriores, a defesa e a política monetária local, além de responder por mais da metade do orçamento por meio de repasses anuais.

Uma pesquisa recente indicou que 85% dos groenlandeses não desejam se tornar parte dos EUA, e quase metade vê o interesse de Trump como uma ameaça.

Na véspera do pleito, o primeiro-ministro, Mute Egede, afirmou que Trump é “muito imprevisível” e que não tratou sua população com respeito desde que manifestou interesse em adquirir a ilha no Ártico. “As atitudes recentes do presidente dos EUA fazem com que ninguém queira se aproximar tanto [dos americanos] como gostaria no passado”, disse ele antes da votação. “Merecemos ser tratados com respeito, e não acredito que Trump tenha feito isso ultimamente desde que assumiu o cargo.”