Um atirador que matou dez pessoas em um centro de educação para adultos na Suécia e depois cometeu suicídio pode ter sido aluno da escola, disse a polícia nesta quinta-feira (6).
Os investigadores acreditam que o suspeito tenha agido sozinho no ataque à escola em Örebro, a cerca de 200 km da capital, Estocolmo.
Autoridades policiais disseram, ainda, ter encontrado três rifles perto do corpo do atirador. “Os agentes que chegaram ao local falaram sobre o que poderia ser descrito como um inferno: pessoas mortas e feridas, gritos e fumaça”, disse o chefe de polícia local, Lars Wiren.
Anna Bergqvist, que comanda a investigação, apura se o autor foi aluno da escola. A polícia não confirmou ainda o nome do suspeito e está aguardando dados genéticos, dentários e de impressões digitais antes de se manifestar.
A motivação para o crime ainda é incerta. As autoridades suecas disseram que não há evidências até agora de que o atirador, tivesse “razões ideológicas”. “Não vemos um motivo claro, mas estamos procurando”, disse Anna.
Segundo as autoridades, pessoas de vários países estavam entre as vítimas do ataque, que deixou seis feridos. As nacionalidades, porém, não foram divulgadas. A embaixada da Síria em Estocolmo informou que cidadãos sírios estão entre as vítimas do ataque, sem especificar o número. O Ministério das Relações Exteriores da Bósnia relatou que um cidadão do país morreu e outro ficou ferido, conforme informado por parentes.
Segundo o canal TV4, o centro oferecia aulas de sueco para migrantes. O canal também transmitiu um vídeo gravado por um aluno no qual é possível ouvir uma pessoa gritando “Saia da Europa”.
Segundo o jornal Aftonbladet, o suspeito tinha 35 anos e era um homem que vivia isolado e sofria de problemas psicológicos. Ele teria escondido suas armas em uma capa de guitarra e vestido um traje militar no banheiro da escola antes de começar a atirar. O agressor tinha licença para quatro armas de caça e pode ter frequentado um centro de treinamento, de acordo com o veículo sueco.
O primeiro-ministro, Ulf Kristersson, chamou o massacre de “o pior assassinato em massa” da história do país. O rei Carl 16 Gustaf e sua mulher, Silvia, foram até Örebro na quarta. A rainha, filha de uma brasileira, carregava um buquê de flores brancas nos braços.
A Suécia tem um alto índice de posse de armas pelos padrões europeus, principalmente ligado à caça. Embora tenha sofrido uma onda de violência armada nos últimos anos relacionada a gangues, a nação ficou chocada pela brutalidade do ataque de terça.
A escola Campus Risbergska tem cerca de 2.700 alunos, dos quais 800 estavam matriculados em cursos de sueco para imigrantes, segundo autoridades.
O acesso às escolas na Suécia, em geral, não é rigidamente controlado. A ministra da Educação, Lotta Edholm, disse que medidas de segurança deverão ser tomadas.