O Ministério Público da Colômbia prendeu na noite de quarta-feira (12) um líder guerrilheiro de uma dissidência das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no momento em que ele se reunia com o governo, que classificou a operação como uma armadilha.
Andrés Rojas, conhecido como Araña, é um negociador de paz e estava reunido com integrantes da equipe do presidente Gustavo Petro em um hotel de Bogotá quando agentes da Procuradoria o detiveram.
A ação aconteceu após entrevista coletiva no encerramento de um ciclo conturbado das negociações de paz entre duas facções dissidentes das extintas Farc com o governo colombiano.
Apesar de o chefe rebelde não ser procurado pela Justiça colombiana devido às negociações de paz, um responsável do Corpo Técnico de Investigação da Procuradoria explicou que havia uma “ordem de prisão” em vigor com circular da Interpol.
O conselheiro presidencial para a paz, Otty Patiño, chegou ao local e afirmou que se tratava de uma “armadilha contra os diálogos”.
Araña, vestido de civil, foi retirado do local pelos agentes enquanto sua advogada insistia que se tratava de uma emboscada.
Ele é o líder dos Comandos de Fronteira, uma organização ligada ao tráfico de drogas e outros crimes na fronteira com o Equador.
A Procuradoria afirmou na rede social X que ele “estaria envolvido no possível envio recente de cocaína para os Estados Unidos”.
Essa facção respondia a ordens de Iván Márquez, ex-número 2 das Farc que assinou o acordo de paz de 2016, mas anos depois retomou as armas alegando descumprimentos do pacto.
Petro iniciou negociações com seus delegados em meados de 2024 em Caracas. Presume-se que Márquez deu um passo atrás, mas alguns de seus aliados, como Araña, permaneceram nos diálogos.
No ano passado, o Equador incluiu Araña em uma lista de criminosos que são “objetivo militar” de suas forças armadas.
Walter Mendoza, chefe negociador dos dissidentes, afirmou que sua detenção é um “ato fatal” para o processo de paz. “É uma captura ilegal”, disse à rádio Caracol.