Governo Trump determina corte bilionário no Pentágono – 19/02/2025 – Mundo

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou que os líderes seniores do Pentágono e de todas as Forças Armadas desenvolvam planos para cortar 8% do orçamento de defesa em cada um dos próximos cinco anos, de acordo com um memorando obtido pelo The Washington Post e por autoridades familiarizadas com o assunto —uma proposta surpreendente que certamente enfrentará resistência interna e oposição bipartidária estridente no Congresso.

Hegseth ordenou que os cortes propostos fossem elaborados até 24 de fevereiro, de acordo com o memorando, que inclui uma lista de 17 categorias que o governo Donald Trump quer isentar. Entre elas: operações na fronteira sul dos EUA, modernização de armas nucleares e defesa antimísseis, e aquisição de drones de ataque unidirecional e outras munições.

O orçamento do Pentágono para 2025 é de cerca de US$ 850 bilhões, com amplo consenso no Capitólio de que são necessários gastos extensos para deter as ameaças representadas pela China e pela Rússia, em particular. Se adotados na íntegra, os cortes propostos incluiriam dezenas de bilhões de dólares em cada um dos próximos cinco anos.

O memorando solicita a continuidade do financiamento de “agências de apoio” para várias sedes regionais importantes, incluindo o Comando Indo-Pacífico, o Comando Norte e o Comando Espacial. Notavelmente ausente dessa lista está o Comando Europeu, que teve um papel de liderança na execução da estratégia dos EUA durante a guerra na Ucrânia; o Comando Central, que supervisiona as operações no Oriente Médio; e o Comando da África, que gerencia os vários milhares de soldados que o Pentágono espalhou por esse continente.

“O encargo do presidente Trump para o departamento é claro: alcançar a paz por meio da força”, escreveu Hegseth no memorando, datado de terça-feira (18). “O tempo de preparação acabou —devemos agir com urgência para reviver o espírito guerreiro, reconstruir nossas Forças Armadas e restabelecer a dissuasão. Nosso orçamento fornecerá os recursos para a força de combate de que precisamos, cessará os gastos desnecessários com a defesa, rejeitará a burocracia excessiva e promoverá uma reforma viável, incluindo o progresso na auditoria.”

John Ullyot, porta-voz de Hegseth, disse que o Pentágono logo teria uma resposta para as perguntas sobre a diretriz do secretário.

Os cortes propostos, se adotados, marcarão o maior esforço para controlar os gastos do Pentágono desde 2013, quando entraram em vigor as reduções orçamentárias exigidas pelo Congresso. Na época, esses cortes foram vistos como uma crise no Pentágono e se tornaram cada vez mais populares entre republicanos e democratas à medida que seus efeitos sobre a capacidade dos militares de treinar e se preparar para a guerra se tornaram claros.

A Bloomberg informou na sexta-feira (14) sobre os cortes pretendidos por Hegseth antes que o memorando fosse distribuído aos funcionários do Pentágono.