As primeiras semanas de Donald Trump no governo estão se desenrolando como esperado, mas suas ações continuam chocantes. Nos Estados Unidos, poucos se surpreendem com a mistura de mentiras, estupidez e extremismo. Deportações em massa, crises internacionais e declarações absurdas, como culpar programas de diversidade por tragédias aéreas, mostram a crise constante que o trumpismo 2.0 promete.
Especialistas em fascismo e populismo sabem que líderes como Trump usam seus primeiros dias para minar a legalidade, aumentar a demonização e, no caso de fascistas, recorrer à deportação e perseguição. O objetivo é normalizar o inaceitável, entorpecendo a população com mentiras e ações imprevisíveis. A América Latina, vista como um terreno fácil, sofre com ameaças e espetáculos políticos, como o surpreendente intercâmbio com o presidente colombiano e o uso de tarifas para fins não econômicos. A resposta não pode ser demagogia, mas programas conjuntos de defesa.
Ao contrário de fascistas plenos, Trump é desarticulado e imprevisível, cercado por um gabinete de charlatães e incompetentes. Ele cumpre promessas de campanha, como uma estratégia de choque e pavor, mas sua legitimidade é questionável: venceu com apenas 49% dos votos. Ainda assim, tenta agir como se tivesse um mandato incontestável, promovendo ideias absurdas como a compra da Groenlândia ou a tomada do Canal do Panamá. Sua propaganda nacionalista e mentiras podem se tornar realidade se não forem contestadas.
O trumpismo, assim como o bolsonarismo no Brasil, aspira a um golpe quando perde eleições. Essa realidade não pode ser apagada por novos votos ou pela reescrita da história. A democracia é minada, e a ditadura surge no horizonte. As primeiras semanas de Trump são sintomáticas e devem ser analisadas com cuidado. Milhões de estadunidenses apoiam seu culto, movidos por crenças, não por evidências. Esse circo da Casa Branca é parte de rituais de violência e perseguição.
Muitos votaram em Trump por razões econômicas, não por sua retórica extremista. Como em histórias anteriores de autoritarismo, cedo ou tarde perceberão que acreditaram em falsas promessas. A questão é: quanto tempo levará? Por enquanto, reina a mentira. A nova grande mentira é que Trump venceu de forma esmagadora e pode agir sem limites. Na democracia, ganhar eleições não dá carta branca para ignorar a legalidade ou reescrever o passado.
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