O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou nesta sexta-feira (14) que Ebrahim Rasool, embaixador da África do Sul em Washington, é “persona non grata”, afirmando que o representante odeia o país americano e o presidente Donald Trump.
A declaração de persona non grata é a medida praxe na diplomacia para informar que uma pessoa não é mais bem-vinda no país. Não há sanções civis ou criminais relativas à classificação, e ela não significa propriamente uma expulsão, embora seu efeito seja esse.
Na prática, o alvo da declaração recebe um prazo para deixar o país, a partir do qual a pessoa perde suas salvaguardas diplomáticas e fica sujeita à Justiça do Estado receptor —ela, então, é retirada do país por seu Estado de origem.
“O embaixador da África do Sul nos Estados Unidos não é mais bem-vindo em nosso grande país”, escreveu Rubio em uma publicação no X. “Não temos nada a discutir com ele e, portanto, ele é considerado persona non grata”, afirmou.
Rasool havia apresentado suas credenciais ao ex-presidente Joe Biden em 13 de janeiro, marcando o início do mandato do representante diplomático, de acordo com o site da embaixada sul-africana, que informou que essa era a segunda passagem de Rasool por Washington.
As relações entre os Estados Unidos e a África do Sul se deterioraram desde que Trump cortou a ajuda financeira ao país, mencionando a desaprovação da política de terras da nação africana e do processo de acusação de genocídio contra Israel, aliado de Washington, na Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Trump já afirmou, sem apresentar provas, que “a África do Sul está confiscando terras” e que “certas classes de pessoas” estão sendo tratadas “muito mal”.
O bilionário de origem sul-africana Elon Musk, conselheiro de Trump e figura constante do governo do republicano, disse que os sul-africanos brancos têm sido vítimas de “leis de propriedade racistas”.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, sancionou em janeiro uma lei destinada a facilitar a expropriação de terras pelo Estado por interesse público, sem compensação ao proprietário em casos particulares.
Ele defendeu a política e disse que o governo não confiscou nenhuma terra. De acordo com ele, a política visa equilibrar as disparidades raciais na posse de terras eu seu país mais de 30 anos após o fim do apartheid.