Como funciona o conclave

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O processo de votação do papa é chamado de conclave, quando cardeais de diversas nacionalidades decidem a portas fechadas quem será o próximo pontíficeEle tem início de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do último papa e sua duração é indefinida, podendo se prolongar durante dias ou até semanas. O mais longo conclave ocorreu no século 13 e durou quase três anosTêm direito a voto apenas os cardeais com menos de 80 anos, que se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, para a eleição. O número máximo de Cardeais eleitores não deve superar 120Em tese, qualquer homem batizado e celibatário pode vir a se tornar pontífice, mas a última vez que um não cardeal virou papa ocorreu em 1378. Para ser eleito, é necessário ter dois terços dos votos totais Desde o momento em que a cerimônia se inicia, os votantes estão vedados de manter contato com qualquer pessoa de fora do conclave e de sair das dependências da Cidade do VaticanoO voto é secreto e espontâneo, ou seja, sem candidatos predeterminados, e feito em folhas de papel de formato retangular com a frase Eligo in Summum Pontificem (latim para Elejo como Sumo Pontífice) impressa na parte superiorAntes de iniciar a votação, são sorteados três Escrutinadores, que são as pessoas responsáveis pela contagem dos votos, três infirmarii, encarregados de ir recolher os votos dos doentes, e três revisoresOs cardeais eleitores devem preencher a ficha, dobrá-la duas vezes e depositá-la em uma urna. As fichas então são misturadas e os Escrutinadores começam a contabilizar os votos Se o número de fichas não corresponder ao número de eleitores, elas são queimadas e o processo começa novamente. Do contrário, a apuração segue normalmenteOs Escrutinadores sentam-se a uma mesa diante do altar. Cada ficha aberta é analisada pelos três e, só então lida em voz alta, pelo terceiro Escrutinador, para que todos os eleitores possam anotar o votoTerminado o apuramento das fichas, os votos são somados e anotados. À medida que vai lendo as fichas, o terceiro escrutinador fura-as com uma agulha e insere-as num fio. No fim da leitura, as pontas do fio são atadas com um nóCaso ninguém tenha dois terços dos votos, o papa não foi eleito, as cédulas são queimadas, e uma fumaça preta na chaminé da Capela Sistina indica ao público que o processo continuaráCaso haja um vitorioso, é perguntado se ele aceita a eleição e qual é seu nome papal escolhido. A chaminé da Capela Sistina, então, exibe uma fumaça branca. O conclave se encerra assim que o novo Sumo Pontífice aceitar a sua eleição. O cardeal protodiácono, o mais antigo cardeal-diácono, se apresenta aos fiéis na praça São Pedro e pronuncia os dizeres “habemus papam” (Temos um papa, em latim)Veja a trajetória do papa FranciscoSua assinatura ajuda a Folha a seguir fazendo um jornalismo independente e de qualidadeVeja as principais notícias do dia no Brasil e no mundo
Como funciona o conclave

O processo de votação do papa é chamado de conclave, quando cardeais de diversas nacionalidades decidem a portas fechadas quem será o próximo pontífice

Ele tem início de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do último papa e sua duração é indefinida, podendo se prolongar durante dias ou até semanas. O mais longo conclave ocorreu no século 13 e durou quase três anos

Têm direito a voto apenas os cardeais com menos de 80 anos, que se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, para a eleição. O número máximo de Cardeais eleitores não deve superar 120

Em tese, qualquer homem batizado e celibatário pode vir a se tornar pontífice, mas a última vez que um não cardeal virou papa ocorreu em 1378. Para ser eleito, é necessário ter dois terços dos votos totais 

Desde o momento em que a cerimônia se inicia, os votantes estão vedados de manter contato com qualquer pessoa de fora do conclave e de sair das dependências da Cidade do Vaticano

O voto é secreto e espontâneo, ou seja, sem candidatos predeterminados, e feito em folhas de papel de formato retangular com a frase Eligo in Summum Pontificem (latim para Elejo como Sumo Pontífice) impressa na parte superior

Antes de iniciar a votação, são sorteados três Escrutinadores, que são as pessoas responsáveis pela contagem dos votos, três infirmarii, encarregados de ir recolher os votos dos doentes, e três revisores

Os cardeais eleitores devem preencher a ficha, dobrá-la duas vezes e depositá-la em uma urna. As fichas então são misturadas e os Escrutinadores começam a contabilizar os votos 

Se o número de fichas não corresponder ao número de eleitores, elas são queimadas e o processo começa novamente. Do contrário, a apuração segue normalmente

Os Escrutinadores sentam-se a uma mesa diante do altar. Cada ficha aberta é analisada pelos três e, só então lida em voz alta, pelo terceiro Escrutinador, para que todos os eleitores possam anotar o voto

Terminado o apuramento das fichas, os votos são somados e anotados. À medida que vai lendo as fichas, o terceiro escrutinador fura-as com uma agulha e insere-as num fio. No fim da leitura, as pontas do fio são atadas com um nó

Caso ninguém tenha dois terços dos votos, o papa não foi eleito, as cédulas são queimadas, e uma fumaça preta na chaminé da Capela Sistina indica ao público que o processo continuará

Caso haja um vitorioso, é perguntado se ele aceita a eleição e qual é seu nome papal escolhido. A chaminé da Capela Sistina, então, exibe uma fumaça branca

O conclave se encerra assim que o novo Sumo Pontífice aceitar a sua eleição. O cardeal protodiácono, o mais antigo cardeal-diácono, se apresenta aos fiéis na praça São Pedro e pronuncia os dizeres “habemus papam” (Temos um papa, em latim)

Veja a trajetória do
papa Francisco

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