Um ataque aéreo israelense matou dois palestinos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste sábado (8), segundo serviços médicos locais. O bombardeio ocorreu em meio a tentativas de mediadores de estender um frágil cessar-fogo de 42 dias, que foi acordado em janeiro entre Israel e Hamas e venceu no sábado passado (1º).
O Exército israelense afirmou que seus aviões atacaram um drone que cruzou de Israel para o sul de Gaza e que “vários suspeitos” teriam tentado recolhê-lo, em uma tentativa de contrabando que aparentemente deu errado.
O ataque ocorreu um dia após um drone de Israel matar duas pessoas em Gaza. Tel Aviv disse que mirou um grupo de supostos terroristas operando perto de tropas de Israel no norte de Gaza. Segundo Israel, eles estariam instalando um dispositivo explosivo no solo.
Os novos ataques ocorrem enquanto uma delegação do Hamas participa de negociações de cessar-fogo no Cairo com mediadores egípcios e autoridades do Qatar.
As negociações para a implementação da segunda fase do acordo de paz —que previa libertação de mais reféns israelenses e prisioneiros palestinos, retirada total das forças israelenses de Gaza e cessar-fogo permanente— deveriam ter começado no início de fevereiro, mas não ocorreram. Israel, com apoio dos EUA, quis impor mudanças nesta etapa.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, propôs em 2 de março, um dia após expirar a primeira fase do acordo de paz, um plano “para estender o cessar-fogo temporário por 50 dias” para discutir a segunda fase. O plano prevê que metade dos reféns restantes seja libertada imediatamente, e o restante seja solto caso um acordo seja alcançado.
O Hamas não concordou com as mudanças, e Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
A guerra foi desencadeada quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e levando 251 para Gaza como reféns.
Tel Aviv respondeu com uma ofensiva militar que matou mais de 48.300 palestinos, segundo o ministério da saúde do governo do Hamas em Gaza.
A terceira fase do acordo, que seria iniciada 42 dias após o fim da segunda, incluiria a restituição de todos os corpos restantes dos reféns mortos e a reconstrução de Gaza, que deve levar anos.
