EUA fuzilam homem condenado à morte pela 1ª vez em 15 anos – 08/03/2025 – Mundo

A Carolina do Sul, no sudeste dos Estados Unidos, executou um homem condenada à pena de morte com um pelotão de fuzilamento nesta sexta-feira (7), na primeira vez que o método foi usado no país em 15 anos.

Brad Sigmon, 67, escolheu ser morto dessa forma por temer que as alternativas —cadeira elétrica ou injeção letal— pudessem resultar em uma morte mais lenta e torturante. O homem foi declarado morto às 18h08 locais (20h08 no Brasil), de acordo com Chrysti Shain, porta-voz do Departamento de Correções do estado.

Sigmon estava preso por espancar até a morte, com um taco de beisebol, os pais de sua ex-namorada, William e Gladys Larke. O crime ocorreu na cidade de Taylors, em 2001.

Ele foi preso a uma cadeira, com um capuz sobre a cabeça e um alvo sobre o coração, na câmara de execução do Departamento de Correções da Carolina do Sul, em Columbia. Em seguida, três executores dispararam munição real, a 4,5 metros de distância.

Segundo Shain, o advogado de Sigmon, Bo King, leu a última declaração do condenado para as testemunhas logo antes de sua morte. Na mensagem, o detento disse que queria transmitir “um chamado aos colegas cristãos para ajudar a acabar com a pena de morte”.

Durante uma entrevista coletiva posterior à morte, três testemunhas da imprensa disseram que Sigmon estava vestido com um macacão preto. Não houve aviso antes de os três executores atirarem no detento, e os disparos ocorreram simultaneamente. Ainda segundo as testemunhas da imprensa, os presentes se encolheram quando os tiros foram disparados, mas não houve muita reação além disso.

Depois de ser baleado, Sigmon pareceu dar duas respirações curtas e uma mancha de sangue apareceu em seu peito. Ele foi declarado morto cerca de três minutos após os tiros serem disparados, disseram as testemunhas da imprensa.

Algumas horas antes do horário agendado para a execução, a Suprema Corte dos EUA rejeitou a última petição de Sigmon para interromper sua execução. O tribunal, em um aviso breve, negou sua solicitação, que argumentava que a recusa da Carolina do Sul em compartilhar informações sobre seu protocolo de injeção letal violava direitos processuais.

Os últimos três homens executados pela Carolina do Sul escolheram a injeção letal, e eles foram declarados mortos após 20 minutos, disse o advogado de Sigmon, King, em uma entrevista antes da execução.

King afirmou que Sigmon precisou decidir “se morreria pelo pelotão de fuzilamento, sabendo que as balas iriam quebrar os ossos em seu peito e destruir seu coração, ou arriscar uma execução de 20 minutos preso a uma maca com seus pulmões se enchendo de sangue e fluido”. “Esta é uma escolha impossível”, concluiu.

Houve apenas três execuções nos EUA por pelotão de fuzilamento desde 1976, quando a pena de morte foi restabelecida nos EUA. Todos os três foram em Utah, um dos cinco estados que ainda oferecem um método comum no século 19, durante a Guerra Civil.

A maioria das execuções nos EUA usa injeção letal, introduzida na década de 1970 como um método menos violento. No entanto, este se tornou o meio de execução mais frequentemente falho, de acordo com o Centro de Informações sobre a Pena de Morte.

Alguns estados têm enfrentado dificuldades para obter os medicamentos necessários após a União Europeia proibir empresas farmacêuticas de vender drogas para uso na pena de morte.

Os executores às vezes têm dificuldade em encontrar veias nos corpos dos prisioneiros. Além disso, autópsias de pessoas executadas por injeção letal já encontraram líquido espumoso e sanguinolento enchendo as vias aéreas dos pulmões, o que alguns médicos dizem indicar que a pessoa condenada experimentou a sensação dolorosa de afogamento antes de morrer.