O chefe da diplomacia Irã, Abbas Araghchi, descartou nesta terça-feira (25) qualquer “negociação direta” com os Estados Unidos após medidas de “pressão máxima” contra Teerã anunciadas pelo governo de Donald Trump que têm como alvo, direto ou indireto, o programa nuclear e o petróleo iraniano.
Trump iniciou uma política denominada de “pressão máxima” em relação ao Irã durante seu primeiro mandato (2017-2021), com o restabelecimento das sanções para enfraquecer economicamente o país e isolá-lo no plano internacional.
Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, o republicano se mostra disposto a negociações com o Irã sobre seu programa nuclear, mas também reforçou o plano de sanções com novas medidas restritivas.
“Não negociaremos sob pressão, ameaça ou sanções”, afirmou Abbas Araghchi, um dia após o anúncio de Washington de uma nova rodada de sanções contra o Irã, tendo como alvo empresas e individuais envolvidos no que os EUA chamam de rede criada para contornar outras sanções relativas à venda de petróleo iraniano.
Segundo o Departamento de Estado americano, tal rede permitia o transporte ilegal de petróleo iraniano para “compradores na Ásia”. “Isso possibilitou o envio de dezenas de milhões de barris de petróleo no valor total de centenas de milhões de dólares”, afirma o governo americano.
O ministério de Washington afirma que o objetivo das medidas é secar as receitas petrolíferas “que são usadas para financiar atividades terroristas”.
“Não haverá, portanto, nenhuma possibilidade de negociação direta entre nós e os EUA sobre a questão nuclear enquanto a pressão máxima for aplicada dessa maneira”, acrescentou Araghchi, o chanceler iraniano, durante um encontro em Teerã com o chanceler russo Serguei Lavrov.
Durante o primeiro mandato de Trump, os EUA se retiraram, em 2018, do acordo nuclear iraniano, assinado três anos antes, que aliviava as sanções contra o país persa em troca da limitação de suas ambições nucleares.
O acordo havia sido assinado por França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China.