RDC: Rebeldes matam 7.000 em quase 2 meses, diz governo – 24/02/2025 – Mundo

Cerca de 7.000 pessoas, entre combatentes e civis, morreram desde janeiro nos confrontos no leste da RDC (República Democrática do Congo), de acordo com a primeira-ministra do país, Judith Suminwa, em reunião do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, nesta segunda-feira (24).

Quase metade dessas mortes, perto de 3.000, ocorreu em Goma, segundo Suminwa, e cerca de 450 mil pessoas ficaram sem abrigo após a destruição de 90 campos de deslocados.

Desde janeiro, o grupo rebelde M23 —a quem o governo de Kinshasa (capital do país africano) acusa de receber apoio por Ruanda—, tomou grandes áreas do leste do RDC, incluindo as cidades de Goma e Bukavu, além de depósitos minerais valiosos.

Os últimos combates e o avanço do M23 fazem parte de uma grande escalada no leste da RDC de um conflito que remonta ao genocídio em Ruanda na década de 1990.

O governo ruandês rejeita as acusações da RDC, das Nações Unidas e das potências ocidentais de que apoia os rebeldes do M23 com armas e tropas.

Suminwa instou o mundo a agir e a impor “sanções dissuasivas” a Ruanda em meio a deslocamentos em massa e assassinatos. “É impossível descrever os gritos e choros de milhões de vítimas deste conflito.”

O secretário-geral da ONU, António Guterres, na reunião em Genebra, disse que os direitos humanos em todo o mundo estão “sendo sufocados” e fez referência a abusos na RDC.

“Se essa questão da violação da integridade territorial não for resolvida, a situação pode degenerar”, disse Suminwa em entrevista coletiva após seu discurso ao Conselho.

Em duas semanas, cerca de 40 mil pessoas fugiram para Burundi, um dos nove países que fazem fronteira com a RDC, para escapar dos combates, disse a ONU na sexta-feira.

Suminwa alertou que a piora da situação de segurança com o M23 e outros grupos armados pode transbordar para nações vizinhas.