Hamas diz estar disposto a libertar reféns em única troca – 19/02/2025 – Mundo

O Hamas está disposto a libertar todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza durante a segunda fase da trégua entre o grupo terrorista e Israel após 16 meses de guerra, de acordo com um dos líderes do grupo nesta quarta (19).

“Informamos aos mediadores que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso”, disse à AFP Taher al-Nunu.

A fonte não esclareceu quantos reféns sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.

No total, 251 pessoas foram sequestradas. Setenta ainda estão retidos em Gaza, dos quais pelo menos 35 morreram, segundo o Exército israelense.

Dentre os reféns que provavelmente serão devolvidos a Israel nos próximos dias, estão os corpos da família Bibas. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, confirmou que Tel Aviv alcançou um acordo com o Hamas no Cairo para antecipar a libertação, mas não citou a identidade dos sequestrados.

Israel e o Hamas estão atualmente concluindo a primeira fase do cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, durante a qual 19 reféns israelenses foram libertados em troca de mais de 1.100 palestinos mantidos em penitenciárias israelenses. Outros cinco cativos tailandeses também foram soltos nesse período de Gaza, totalizando 24 pessoas livres.

Os termos da segunda fase, que visa pôr fim definitivo à guerra e libertar todos os reféns, devem ser finalizados até 2 de março.

Por último, se esta fase ocorrer conforme o planejado, a terceira e última etapa se concentrará principalmente na reconstrução da Faixa de Gaza.

Estimativa da ONU calcula que serão necessários mais de US$ 53 bilhões (R$ 306,2 bilhões), incluindo mais de US$ 20 bilhões nos primeiros três anos.

Uma das soluções apontadas por autoridades e especialistas para o fim do conflito é a criação do Estado da Palestina.

Netanyahu descartou essa possibilidade na segunda (17) ao dizer que “não haverá nem Hamas nem Autoridade Palestina” na Faixa de Gaza após a guerra.

Bibi afirmou ainda estar comprometido com o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deslocar os 2,4 milhões de habitantes do território palestino para o Egito e a Jordânia —apesar de recusa dos dois países.

A Autoridade Palestina foi criada nos Acordos de Oslo, em 1993, para administrar temporariamente o território ocupado por Israel antes da criação de um Estado palestino independente —o que nunca se concretizou.

Controlada pelo Fatah, que governa parcialmente a Cisjordânia, a organização defende uma solução de dois Estados e exclui o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2006.