EUA: Agentes federais se preparam para perder empregos – 14/02/2025 – Mundo

Funcionários federais dos Estados Unidos aguardam novas demissões nesta sexta-feira (14), enquanto o presidente Donald Trump e seu principal conselheiro, Elon Musk, avançam com um plano de redução em larga escala do governo.

Milhares de trabalhadores em vários órgãos federais americanos foram desligados nesta semana, a maioria deles recém-contratados ainda em período probatório em departamentos como Assuntos de Veteranos, Educação e Administração de Pequenas Empresas.

Funcionários do Escritório de Gestão de Pessoal, que supervisiona a contratação federal, reuniram-se com agências na quinta (13), aconselhando-as a demitir seus funcionários em período probatório, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

Aproximadamente 280 mil funcionários dos 2,3 milhões de integrantes da força de trabalho civil federal foram contratados nos últimos dois anos no país, com a maioria ainda em fase de experiência e, portanto, mais fáceis de serem demitidos, de acordo com dados do governo.

A reforma parecestar se ampliando, já que assessores de Musk chegaram pela primeira vez na quinta à agência federal de arrecadação de impostos, a Receita Federal, e embaixadas dos EUA foram orientadas a se preparar para cortes de pessoal.

Trump diz que o Executivo está muito inchado e muito dinheiro é perdido, segundo ele, com desperdício e fraude. O governo acumula cerca de US$ 36 trilhões (R$ 208 trilhões) em dívidas e teve um déficit de US$ 1,8 trilhão (R$ 10 trilhões) no ano passado, e há um consenso bipartidário sobre a necessidade de reforma governamental.

Seus colegas republicanos, que controlam Câmara e Senado, têm apoiado amplamente as medidas, mesmo quando os democratas dizem que Trump está invadindo a autoridade constitucional do Legislativo sobre os gastos federais.

Críticos também questionaram a abordagem contundente de Musk, que acumulou uma influência extraordinária na Presidência de Trump.

As demissões no Agência de Proteção Financeira do Consumidor, no entanto, estavam indo além dos funcionários em período probatório, disseram pessoas ligadas a esses setores, com alguns funcionários em contratos fixos sendo desligados.

Trump e Musk disseram que estão comprometidos em reduzir o tamanho da burocracia federal, que eles acusam de não prestar contas à Casa Branca e de serem responsáveis por obstruir ativamente as iniciativas políticas do presidente.

O governo ofereceu incentivos para saída voluntária de funcionários federais, tentou enfraquecer proteções do serviço civil, congelou ajuda externa e tentou fechar órgãos como a Usaid (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional). Cerca de 75 mil trabalhadores, 3% da força de trabalho civil, se inscreveram para rescisão.

Sindicatos de trabalhadores federais já entraram com ações para barrar o plano de demissões. Na quinta, a Federação Americana de Trabalhadores do Governo afirmou que lutará contra a dispensa em massa de servidores em fase de experiência.

“É altamente incomum demitir todos os funcionários em período probatório. Estamos revisando todas as opções legais”, disse J. Ward Morrow, advogado assistente geral da Federação Americana de Empregados do Governo.

Procuradores-gerais de 14 estados entraram com ação para impedir que Musk tome mais ações governamentais. O bilionário e seu Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) enfrentam processos por violação de privacidade em sistemas governamentais.

Dois juízes federais que supervisionam casos de privacidade contra o Doge vão determinar se a equipe de Musk terá acesso aos sistemas de pagamento do Departamento do Tesouro e potencialmente a dados sensíveis em agências de saúde, proteção ao consumidor e trabalho dos EUA.

Musk enviou membros do Doge para pelo menos 16 agências governamentais, onde tiveram acesso a sistemas de computador com informações pessoais e financeiras sensíveis e enviaram os trabalhadores para casa.

O Doge não comentou sobre as demissões em massa; um porta-voz do Escritório de Gestão de Pessoal afirmou que estavam alinhadas com a nova política governamental.