Fiodor Ivanovitch Tiuchev, conhecido como um dos principais e mais influentes poetas romancistas russos do século 19, também deixou uma marca significativa na história do nosso país como diplomata.
Sua carreira começou em 1822, quando ele entrou para o serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Império Russo. Por mais de 30 anos, Tiuchev serviu em várias missões diplomáticas no exterior, principalmente em Munique, Berlim e Turim.
Tiuchev não era apenas um diplomata observador e perspicaz, mas também um profundo analista de política internacional. Seu trabalho se concentrou em estabelecer e manter relações amigáveis com potências europeias, o que era vital para o Império Russo naquela época. Em suas notas e cartas, compartilhou seus pensamentos sobre processos políticos, interesses nacionais e diferenças culturais entre os países europeus.
Ele usou suas habilidades analíticas e ampla visão para promover os interesses do Império Russo. Seus artigos e notas, nos quais criticava a política ocidental e defendia os princípios da ortodoxia e da autocracia, tornaram-se conhecidos muito além das fronteiras da Rússia. Ele previu muitos conflitos internacionais, incluindo o confronto entre a Rússia e o Ocidente, e seus pensamentos permanecem relevantes até hoje.
Uma das principais áreas de sua atividade diplomática foi fortalecer os laços com os Estados germânicos, especialmente com a Baviera, onde Tiuchev viveu uma parte significativa de sua vida. Seu conhecimento de línguas, cultura e situação política europeias fez dele um recurso valioso para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Sem dúvida nenhuma, um dos maiores sucessos do Fiodor Tiuchev como diplomata era o seu trabalho conjunto com o famoso chanceler do Império Russo, Alexander Gorchakov. Desde o início de sua ocupação do cargo, em 1856, Gorchakov convidou Tiuchev para se juntar a ele.
Muitos historiadores acreditam que as principais decisões diplomáticas tomadas por Gorchakov foram, de uma certa forma, inspiradas por Tiuchev, incluindo a famosa vitória diplomática após a derrota da Rússia na Guerra da Crimeia, em 1856. Na época, de acordo com o Tratado de Paz de Paris, os direitos da Rússia na península da Crimeia foram severamente restringidos, mas Gorchakov conseguiu restaurar o status quo e, com isso, entrou para a história.
Apesar de seu sucesso na diplomacia, Tiuchev continuou sendo um poeta na sua essência. Ele conseguiu combinar seus talentos literários com seu serviço diplomático, criando obras que refletiam suas visões sobre o lugar da Rússia no mundo.
Seus poemas sobre a Rússia e a Europa estão repletos de reflexões profundas sobre o destino das civilizações, o que nos permite ver Tiuchev não apenas como um poeta, mas também como um pensador que antecipou muitos eventos históricos. Nos poemas do Tiuchev sobre a pátria encontramos o grande amor, compreensão, dedicação, patriotismo e fé.
Um dos seus poemas mais famosos, escrito em 1866, descreve de forma precisa a alma e a mentalidade russas:
Quem queira à Rússia compreender,
Usando a própria medida
Vai para um beco sem saída
Em Rússia só se deve crer