O presidente centrista da Romênia, Klaus Iohannis, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (10), a três meses das eleições, ampliando a crise institucional no país do Leste Europeu. Iohannis estava pressionado diante de um plano dos partidos de ultradireita de votar seu impeachment no Parlamento.
Em novembro passado, a corte suprema da Romênia anulou a eleição presidencial por acusações de interferência russa. O tribunal, então, determinou que Iohannis, cujo segundo e último mandato expirou em 21 de dezembro, deveria permanecer até que seu substituto fosse eleito, em maio deste ano.
Na votação de novembro, o candidato Calin Georgescu, de ultradireita, venceu o primeiro turno com 22% da preferência dos eleitores depois de ter aparecido com menos de 5% nas pesquisas divulgadas dias antes do pleito, o que levantou questionamentos sobre a lisura do processo eleitoral. Georgescu defende o fim do apoio da Romênia à Ucrânia na guerra contra a Rússia e maior aproximação com Moscou.
Mas a Justiça decidiu suspender o pleito com base em um relatório confidencial produzido pelos serviços de segurança da Romênia. O documento afirmou que o país foi alvo de “ataques híbridos agressivos” por parte da Rússia, que teriam comprometido a integridade da votação.