Israel sai de Conselho dos Direitos Humanos da ONU – 06/02/2025 – Mundo

Israel informou nesta quinta-feira (6) ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que está se desligando do órgão, alegando que o órgão foi preconceituoso com o país, segundo o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar.

Os membros do conselho repetidamente levantaram questionamentos sobre possíveis violações de direitos humanos por Israel na guerra em Gaza. Um inquérito da ONU, iniciado pelo conselho, concluiu no ano passado que a imensa escala de assassinatos na região equivalia a um crime contra a humanidade. Israel rejeitou a conclusão e diz que toma cuidado para evitar vítimas civis.

Em uma carta ao presidente do órgão da ONU, Jorg Lauber, Saar disse: “A decisão foi tomada à luz do preconceito institucional contínuo e implacável contra Israel no Conselho de Direitos Humanos, que tem sido persistente desde sua criação em 2006.”

Os Estados Unidos, o principal aliado diplomático e militar de Tel Aviv, também se retiraram do conselho na última terça-feira (4). Os dois países eram observadores atualmente, isto é, não estavam entre os 47 membros votantes do conselho; Israel frequentemente se ausentava das reuniões.

Embora as decisões do conselho não tenham poder vinculante, ou seja, não sejam de cumprimento obrigatório, seus debates têm peso político e podem aumentar a pressão global sobre os governos para que mudem de posicionamento. É comum que investigações ordenadas pelo conselho levem a processos por crimes de guerra em tribunais internacionais.

“O Conselho de Direitos Humanos tem sido um órgão tendencioso desde o seu início, onde ditaduras dão lições de direitos humanos às democracias”, disse o embaixador de Israel na ONU em Genebra, Daniel Meron. “Israel continua comprometido com os direitos humanos e se envolverá por meio de mecanismos confiáveis e não politizados”, acrescentou.

Ele disse que a ação não foi coordenada com Washington e provavelmente teria acontecido independentemente da retirada dos EUA. O representante permanente de Israel na ONU, Danny Danon, elogiou na segunda-feira as ações —até então não oficializadas— de Trump, acusando o conselho de “promover agressivamente o antissemitismo extremo”.